14 de out. de 2008

Contraponto crítico entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlo Ginzburg - Ticiano, Ovídio e Os Códigos da Figuração Erótica no séc. XVI.



Até onde transgredir a mediocridade cotidiana é pecado, crime ou falta de profissionalismo?
O processo de controle e repressão do erotismo nas artes, vivenciado principalmente no século XVI, foi estendido ao decorrer dos tempos e, nesse hoje chamado contemporâneo, é disfarçado sob a égide da máxima do “nascemos livre”, constitucionalmente livres! Aqui, não somente a Igreja, como à época de Ticiano, faz permear a censura entre as artes eróticas.Aqui, a própria sociedade se mostra incapaz de saber lidar com temas demasiadamente delicados, como assim o é a sexualidade.Não se trata de demitir um educador somente por conta de suas construções poéticas.A questão é bem mais psicanalítica e ontológica do que se mostra.Diz respeito de como e por quê tais construções poéticas podem nos atingir, podem encontrar resguardo em nosso íntimo..
Ora, o mundo é selvagemente capitalista, .Não devemos ter tempo para a poesia, quanto mais para a poesia erótica!( A não ser que ela gere altos lucros). E mesmo hoje, num momento informacional, lemos no noticiário que direção de colégio demite professor_Oswaldo Martins Teixeira_ pelo fato dele ter produzido versos eróticos.
Assim como as obras de Ticiano foram subjugadas pela religião cinco séculos atrás, o professor Osvaldo foi “castigado” pelas instituições família e escola por ousar ser artista.Uma fatídica censura intelectual em plena pós-modernidade.Pois os falsos valores ainda ditam nossa sociedade.E a arte ainda é vista como supérflua diante das necessidades das ciências,ainda mais se transgredir a hipocrisia humana ( nesse caso ela é demitida!). E assim o sistema vive... gerenciando uma falsa democracia.

Por Dayane Leal

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