18 de ago. de 2008

O pesado é o leve


Encontramos, em Octavio Paz, explanações diversas sobre os diversos sentidos do termo IMAGEM. Para expor suas idéias acerca deste substantivo o autor faz um percurso sobre o reino da poesia, contrapondo esta ao empirismo científico, a fim de destilar a essência imagética. Segundo o filósofo, imagem é um poema e tudo que dele pode transcender, ou seja, uma metáfora exposta em uma estrofe é uma imagem. E cada uma das imagens de um poema se permite diversos significados, ainda que discrepantes entre si, como ocorre com as construções paradoxais. Octavio Paz expõe as deficiênicas da lógica e da dialética em lidarem com a imagem; o cientificismo incomoda-se com as muitas possibilidades da imagem, que por vezes é nonsense_ para nós ocidentais_ e vai de encontro com a razão. Por isso, o Oriente aceita melhor a incógnita "imagem" devido ao fato de admitir o princípio de contradição inerente nela. Aqui, tanto dialética quanto lógica se veêm ameassadas pelas construções escandalosas da imagem; suas bases são incapazes de digerir o caráter contraditório da realidade. Já a imagem poética o faz, uma vez que omite princípios e leis e admite os opostos.Com a imagem, o homem pode ser pesado e leve ao mesmo tempo, sem precisar se explicar. Portanto, a imagem nos permite o auto-conhecimento, já que nos abre as portas para o absurdo.

Acadêmica: Dayane Leal

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