30 de set. de 2008

Análise sumária do texto de Ginzburg // Por Dayane Leal




"O rapto de Europa". Ticiano (1532)





Carlo Ginzburg, em um capítulo de “Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história” traz explanações acerca da atuação de imagens eróticas do século XVI e dos efeitos que elas poderiam provocar no espectador-fruidor.Para tanto, o autor faz uma retrospectiva sobre a história da imagem e um percurso pelas obras do pintor italiano Ticiano, já que em seus trabalhos é possível presenciar o erotismo, ainda que emblemático.
Durante o século XVI, a questão da imagem erótica torna-se objeto de atenção cada vez mais preocupada por parte da hierarquia católica, esta usa das imagens na tentativa de restabelecer uma relação com a massa de fiéis e de controlar-lhes sua vida sexual. À época, imagens intencionalmente eróticas eram, muitas vezes, inacessíveis às massas, reservadas assim à elite.Normalmente, tais imagens vinham formuladas num código cultural e estilisticamente elevado; o mitológico.A fantasia erótica deste período encontrava na mitologia clássica um repertório já pronto de temas.Nessa linha,Ginzburg traça um panorama do sentido existencial de um quadro erótico, tomando como base os trabalho de Ticiano.A constituição dos códigos eróticos é outro entrave do texto; de onde vem e como surge o erotismo em uma obra ( aqui, a de Ticiano).Se são “leituras” do poeta latino Ovídio ou meras cópias da vulgurização de seus versos o que se encontra em Ticiano, é uma questão debatida no intuito de responder o enigma que é a imagem erótica.

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